Um: Número 31, 1950, de Jackson Pollock | Uma visão geral

Jackson Pollock's "Mural" displayed in MoMA

A pintura abstrata do tamanho de uma parede é uma das três obras em grande escala que Jackson Pollock produziu em rápida sucessão em 1950, sendo as outras duas Autumn Rhythm (Number 30) e Blue Poles. Ele foi criado de maneira semelhante: colocando uma tela crua no chão e usando várias ferramentas e técnicas não tradicionais, como derramar tinta diretamente do recipiente, batendo, pingando e movendo-se pela tela como se estivesse em transe.

Data: 1950
Suporte: Tinta a óleo e esmalte sobre tela
Estilo artístico: Expressionismo abstrato
Tamanho: 269,5 x 530,8 cm
Exibido em: Museu de Arte Moderna, Nova York
Outros locais:

Autumn Rhythm (Number 30): The Met NYC
Blue Poles: Galeria Nacional da Austrália

A criação da obra de arte, sua composição e conservação

One: Number 31, 1950 showing boundless energy and emotion.

Sobre a pintura

Localização: Piso 4, 401, Galerias David Geffen

One: Number 31, 1950 mostra a energia e a emoção ilimitadas que Pollock sentiu ao criar a pintura. Ele acreditava que a única maneira de criar verdadeiramente era estar imerso nela.

Seus movimentos e pinceladas à mão livre na tela, o gotejamento da tinta e o esmalte líquido, combinados com as cores e os fios de faixas de comprimentos, curvas e estilos variados, permitiram que ele realmente se expressasse e se emocionasse por meio de sua arte.

A pintura não tem ponto focal, nem começo nem fim, desafiando todos os princípios tradicionais da arte e abraçando o caos e a energia do mundo moderno emergente.

Blur blue yellow golden color chemical water marble particles enamel texture on abstract background.

Método e histórico

"Estou mais à vontade. Eu me sinto mais próximo, mais parte da pintura, pois dessa forma posso andar ao redor dela, trabalhar dos quatro lados e literalmente estar na pintura." Jackson Pollock, sobre por que ele pintava com suas telas no chão.

Pollock se movia com a pintura, como se estivesse dançando, e pintava com várias ferramentas, como pincéis secos e endurecidos, gravetos e batedores de peru. Ele fazia furos na própria lata de tinta, deixava-a escorrer sobre a tela e deixava a gravidade fazer sua mágica.

Isso criou um efeito de várias camadas, textura e impasto em sua pintura. Ele acreditava que suas pinturas tinham vida própria e que tudo o que precisava fazer era deixá-la transparecer na tela.

Cans with paint and color palette on wooden background, top view

Composição e elementos

Pollock usou tintas domésticas de nível industrial, especificamente alquídicas (tintas a óleo modificadas), juntamente com esmalte líquido, para criar seu trabalho. A pintura apresenta várias faixas de cores entrelaçadas, com uma rede de linhas e curvas espalhadas e pingadas pela tela em tons de bronze, azul, cinza, preto e branco. O revestimento dinâmico, as camadas, os respingos e o uso de vários tipos de tinta e ferramentas resultam em uma textura exclusiva, combinando elementos densos, brilhantes, manchados e dispersos.

Não há um ponto focal, o que leva a atenção do observador a percorrer todos os cantos, curvas e salpicos da tela. A ausência de padrões ou repetições perceptíveis transmite um senso de ordem dentro do caos, envolvendo o espectador em uma exploração constante das complexidades da obra.

Set of watercolor paints and paintbrushes for painting closeup.

Conservação e restauração

Os conservadores do MoMA começaram a análise e a restauração da pintura em 2013. Até então, ele só havia sido espanado.

Após uma investigação mais aprofundada por meio de radiografia de raios X, exame ultravioleta, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier e espectrometria de fluorescência de raios X, eles encontraram uma camada de tinta sobre as rachaduras que apareceram na pintura.

Os conservadores do MoMA removeram a pintura sobreposta e a retocaram usando aquarelas para mantê-la o mais próximo possível do original.

Sobre Jackson Pollock

Jackson Pollock's Painting One Number 31

Jackson Pollock | O artista

Pollock foi muito influenciado por artistas como o muralista mexicano José Clemente Orozco, Pablo Picasso, Joan Miró e seu tutor Thomas Hart Benton. Seu estilo evoluiu ao longo de sua carreira, e ele continuou a aprender sobre arte moderna e contemporânea com a ajuda de sua esposa e colega artista Lee Krasner. Ele usou sua arte como meio de expressão e trabalhou com ela em sua terapia junguiana, enquanto lidava com seu alcoolismo.

Sua arte foi estudada por físicos e neurocientistas cognitivos, e o termo "Expressionismo Fractal" foi cunhado para descrever seu estilo. Os resultados da análise fractal mostraram várias semelhanças entre suas obras de arte e os fractais encontrados na natureza. Quando os observadores veem suas pinturas, eles têm a mesma resposta neurológica que teriam se vissem fractais que ocorrem naturalmente ou fractais gerados por computador.

Drip paiting action with blue paints on canvas

O revolucionário método de pintura por gotejamento ou ação

Jackson Pollock foi o artista mais popular associado a esse método de pintura, embora Janet Sobel, uma pintora ucraniana americana, tenha sido a pioneira. Seu estilo influenciou muito Pollock depois que ele viu o trabalho dela na exposição "The Women", de Peggy Guggenheim, em 1945.

O método de gotejamento rejeita as pinceladas tradicionais como forma de pintura e, em vez disso, envolve uma abordagem mais fluida. Você pode espremer ou pingar a tinta diretamente na tela, despejá-la e deixá-la se espalhar sozinha ou espalhá-la com qualquer ferramenta que desejar. Os efeitos criados mudam de acordo com o tipo de tinta, a altura em que ela é pingada, a velocidade com que cai e a quantidade de tinta/água usada no processo. Ele cria um efeito único, em camadas e texturizado na tela, que é muito mais experimental e de fluxo livre.

As obras mais notáveis de Pollock

Jackson Pollock's One Number 31 along with other collections on display.

Mural (1943): *O Mural* marcou um momento decisivo na carreira de Pollock e, em uma escala maior, na arte americana. Ele foi encomendado por Peggy Guggenheim para sua casa na cidade e é a maior pintura que ele já criou.
Autumn Rhythm (Number 30) (1950): A pintura representa o relacionamento contínuo de Pollock com a natureza. As cores e o movimento mostram o fluxo que vem com a mudança das estações. Ele pintou esse quadro em outubro, durante o outono, uma época de mudanças constantes.
One: Number 31 (1950): A pintura que consolidou Jackson Pollock como sinônimo do método de pintura por gotejamento, One: Number 31, retrata uma energia vibrante e dá aos espectadores uma sensação de ordem em meio ao caos.
Blue Poles (1952): *Blue Poles* chegou à National Gallery of Australia em 1973 com muita controvérsia. A pintura era abstrata e contemporânea em sua essência e não agradou ao público devido à sua abordagem conservadora em relação à arte.

A influência de Pollock na arte moderna

Modern Pop Art with vibrant colours and cool elements

O método de Pollock de incorporar sua vida emocional e pessoal em sua arte mudou para sempre a maneira como os artistas criavam arte. Ele influenciou vários movimentos, como o movimento expressionista abstrato, a arte pop e o Color Field, e continua a inspirar artistas contemporâneos até hoje. Embora seu trabalho tenha recebido muitas críticas quando ele estava vivo, sua arte se tornou um componente crucial do movimento da arte moderna na história.

O movimento do Expressionismo Abstrato

O Expressionismo Abstrato foi um movimento artístico baseado principalmente nas cidades de Nova York entre as décadas de 1940 e 1950.
Os artistas mais amplamente associados ao movimento incluem Jackson Pollock, Willem de Kooning, Mark Rothko, Arshile Gorky e Joan Mitchell.
Havia dois campos principais do movimento: pintura de ação e pintura de campo de cor. A pintura de ação ou gotejamento envolve o uso de gestos ousados, pingando, derramando e respingando tinta em uma tela, enquanto a pintura de campo de cor envolve o uso de cores planas na tela com pinceladas mínimas.
Ambos os métodos tinham o mesmo objetivo, que era toda a filosofia do movimento: expressar os sentimentos do artista e evocar uma resposta emocional no espectador.
O termo "Escola de Nova York" passou a ser usado de forma intercambiável para o movimento como um termo abrangente para qualquer forma de arte radical que desafiasse a norma.